quarta-feira, 17 de março de 2010

Louise (ou do Louisístico Platonismo)

I) Preliminares:


a)para a visão de Louise, ouça "Bientot" (Coralie Clèment)
b)para a visão de Hades, ouça "The apostle in triunph" (Opeth) ou "Bad Things" (Jace Everett)
c)para uma visão complementar, ouça "Alleine Zu Zweit" (Lacrimosa)


"Agora me encomoda bem menos, ser assim. Quero dizer, o passado é monstro verde à espreita, pronto ao ataque. De você - e em você - enxerguei-me de visão panorâmica.

Nos seus olhos estava mergulhado o meu orgulho de não sentir-me com orgulho"


Do platonismo
tomei parte
e, como a seita que é,
acredita não no poder
do eu, mas do als ob

- e ama.

Do cadinho tomei o vinho
que lhe cuspo na face
Pra nunca mais.
Nunca mais.


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Uma garota caminhava de quatro por um cômodo amplo, era Louise. Ela lambia o chão cruzando o quarto até que chegou à porta, ajoelhou-se e lambeu a maçaneta somente com a ponta da língua. No mesmo átimo, a maçaneta girou e a porta foi empurrada para frente da garota. Ela observou atentamente o rapaz de finos traços e olhos amendoados.Finalmente o japonês do apartamento ao lado batia - literalmente - à sua

porta, se este era o seu quarto. E era. Rapidamente, questões como "quem o deixou subir e chegar até aqui" pipocaram na mente dela. Como assim, o japonês que, há meses, pesrseguia, sério.

O rapaz apenas a observava, sério. Olhos faiscantes, indolentes e incandecentes.

Era como se ele não pensasse em nada e ela se desmanchasse num turbilhão de pensamentos, hipóteses, soluções e, claro, inutilidades.

"onde será que ele tem uma tatuagem, se ele tem..."

Ele encarava como se precisasse de algo, mas não era capaz de fazer-se compreender. Disse ele pegando a mão dela e colocando na rigidez genital:

-C'mon chèrie.

Ela respondeu com um olhar sorridente.

-Não tenha medo - disse ele - e mova. Just relax, mon chèrie. - sorriu, cínico feito ácido, gostoso como um sonho. Corrosivo.Demais, demais. - Me deixa ser seu Hades.

Ela moveu o quanto conseguia.E o sorriso lhe palpitava o peito fazendo-a sentir cócegas frio e calor.

-Feche os olhos - ordenou.E no fechar de olhos, ela percebeu o profundo olhar verde seguido do arrancar de sua blusa... depois disso, não mais conseguiu abrir os olhos. - Horrorizou-se, francesinha?Ah, non creo.

Ele a carregou para a cama de edredon rosa, numa braçada jogou todos os bichos de pelúcia (toda a coleção da Marittel) no chão, transformando-os numa plateia em volta do palco que se desnudaria tão logo. Combriu seus lábios com beijos ardorosos, uma língua veloz, um maxilar envolvido numa cadencia incrível. Ao mesmo tempo, ele explorava as formas do corpo, do indicador na língua dela deslisou pelo pescoço esticado pra trás, os seios que se enrigeciam, o abdome e pegou a vagina como se fosse propriedade sua. Louise estremesseu quando ele abriu o ziper do shortinho xadrez com a boca, exibindo uma calcinha mínima com estampa de onça. Hades abocanhou a calcinha, puxou e largou. Ainda vestido, à medida que a beijava e mordia os seios por cima do soutien, pegou na mochila alguns aparatos...

Vendou e amarrou os pulsos dela à cama. Rasgou com as mãos o soutien rosa bebê e devorou o conteúdo, intercalando com chupadas e lambidas de leve. A menina simplesmente tremia e arfava. Não satisfeito, ele tirou a calça e alojou seu membro entre os pequenos seios e puxou os cabelos dela e griou:

- C'mon Chèrie!C'mon!C'amon!

Ela sentia o entrar e sair daquela torre em sua boca, o calor, a rigidez, o calor, a rigidez, o calor, a rigidez, o calor, a rigidez....e o paladar. Então ele jorrou, jorrou no rosto, pescoço e ombros. Com as mãos ele espalhou tudo aquilo pelo corpo dela. Deitado sobre aquele corpo, sentiu a inclinação dela pra cima, ao encontro do pênis ainda não reconstruido. Afastou-se e retornou algumas vezes, puxou a ponta dos mamilos dela e mordeu o pescoço enquanto suas mãos se enchiam com os peitinhos joviais, no meio da carícia apertou pra valer até ouvir o gemido então uniu-os e passou a outra travessura.

Virou a garota de bruços, mordeu e chupou o dorso segurando os ombros dela com força e tornou a virá-la.

Sentindo o palpitar do corpo da garota, Hades, imediatamente, arrancou-lhe a calcinha e tocou-lhe a boceta com os dedos, percorrendo os pontos certos, sentindo o limite, a vontade crescendo além do insuportável...então penetrou com força e cavalgou com o mais límpido prazer, roçando a pele, pegando a costela, o abdomem e as nádegas com a fome de cão, tamanha a voracidade animal que se apoderava dele. Ébria de desejo, ela suplicava e ele galopava o sexo mais rápido, mais rá-pido, mais rá-pi-do, mais rá-pi-do-ooooooooo ... então ela se contorceu, sentiu-se parte de um todo que era ela mesma, o centro de um círculo, ao mesmo tempo parado e dinâmico, físico e espiritual, um prazer indescritível!Logo sentiu um jato dentro de si e o deslanchar.

Logo então, seu amante sai de cima do corpo, se veste, beija de leve os seus lábios ávidos e a liberta. .

Mas antes de sair ele disse:

-Merci beaucoup, ma chèrie. - e saiu. Assim como veio. Pra nunca mais

Louise guardou no fundo das retinas aquele quadro, imagem que guardaria até o fim dos seus dias.

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Lençóis revoltos e inquietude involuntária.

Mas fora apenas sonho...?!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

::Vampiragem::

Aaron estava encostado na lateral do carro distraído. Seus longos cabelos negros caiam por sobre o rosto perfeitamente, levado pelo vento. O conjunto fazia da cena quase que fotográfica. Carrie chegou do outro lado e o abraçou de repente. Ele retribuiu sorrindo; Enlaçou-a pela cintura percorrendo suas curvas por cima do couro de sua calça justa, com a voracidade impressa em cada milímetro do toque. Jogou a mulher dentro do veículo num misto de palor e violência irrestrita. Oh, como era adorável, apesar de dolorido! A moça caiu quase de costas, seu cabelo encobrindo o rosto juvenil. Aaron entrou no carro e, estando sobre ela, puxou mechas do cabelo para trazer a face para si, para dominar aquela jovem vampira, mais uma vez. Beijos quentes, uma circular sincronia entre as línguas, a mão que invadia suas calças. O cheiro típico do pecado. O revirar dos olhos típico da ânsia atroz. Então veio o revide, o cravar de unhas nas costas dele, por debaixo da velha regata de algodão, até o sangue escorrer...

O toque maciço das mãos dele despia sua roupa com delicadeza e emergência tais que, quando se deu conta, a moça já estava nua em pêlo pronta para liberar toda a carga massiva. Ele a chupou tanto e tão intercaladamente com o bruto inserir de dedos na vagina da imortal que o pedido silencioso pelo arrombamento era quase que uma súplica. O ritmo se tornava cada vez mais incandescente, de modo que ela era puro delírio, pura vontade, lascívia, tesão desmedida...

Ele sorriu ao ver aquela expressão no rosto de olhos cerrados, e era como se sua paixão fosse contagiante, ele sentia seu membro inflando, enrijecendo por dentro de sua cueca, sentia a virilidade crescer como uma ampla chama, espécie de aura completa. Carrie abriu o zíper da calça dele tremeluzente, pronta para tomar em suas mãos aquele martelo arfante, quando sentiu suas mãos serem lubrificadas. A ânsia era desesperadora, tanto que ele tratou de adentrá-la, com aquela estupidez habitual, o ritmo do entrar e sair, gradativamente mais veloz, mais incontrolável, mais insuportável, as cavalgadas fundas, que a faziam revirar os olhos, e o levavam a se contorcer desesperado.

Em tamanha comunhão de frenesis a bestialidade aflorou; ele deteve, por um instante, a movimentação acelerada, muito embora ainda se mantivesse dentro dela. Aproximando seus lábios daquele seio tão belo em sua singeleza abocanhou-o com toda a certeza de tratar-se de propriedade sua. Mordeu com afinco e sugou, sugou e sugou ao seu bel prazer e lambeu os resquícios, afinal não seria justo desperdiçar uma gota sequer daquele mágico fluido. Ele teve espasmos de prazer, enquanto ela, em similar volúpia sentia o arrepio formigante a percorrer-lhe a espinha, da nuca ao cóccix tudo culminando em um choque. Imobilidade em face do desespero, da fome, até que cravou suas presas no antebraço dele, que a bofeteou sem piedade:

-Sua vadia! Toma isso!

Com a raiva brilhando nos olhos ele a penetrava como que perfurando, enlouquecendo a ambos, ludibriando a tenra moral, dissolvida em cada seqüência ascendente de encontro de quadris. Ele arfava como um animal e, quando se deu o ápice dela, que não gritou, mas que, por puro impulso, novamente enterrou as unhas nele enquanto jogava o corpo para trás. Ele por sua vez, fumegava, tanto tanto que seu gozo foi uma explosão adimensional dentro daquele cálido receptáculo transbordante. Carrie vibrou dos pés a cabeça até perder as forças por completo, enquanto Aaron caiu por sobre ela, a abraçando. ..

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Ossos do ofício

Sorri de forma dissimulada e logo traguei aquela fumaça terrível vinda do meu cigarro. O pior já havia passado: encontrei o desgraçado que deveria morrer e ganharia alguns trocados por isso. Meus carniçais se divertiam com aquilo que era para eles comida. Eu deveria mesmo ter um desprezível estômago de urubu para contemplar àquela cena aterrorizante com um sorriso na cara... Mas é que a cena me atraía como uma obra conceitual, aquela animosidade que beirava a paixão dos três que devoravam a carne daquela forma, usando apenas as mãos e os dentes. Tamanha beleza vi naquilo que resolvi fazer da minha própria tarefa uma sublime forma de viver: retalhar os diabos depois da morte e compreender seu funcionamento...o poder e beleza da sua forma,e assistir a efemeridade de tudo isso. Alimento-me do sangue, recebo por extirpar almas e tenho o prazer indescritível de saber que esses ossos e do ofício são para sempre.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Patogenia:.

rascunho: Leonardo Da Vinci


Luz e sombra. É imprescindível o amorfismo da forma. Abri os olhos era um misto de surpresa e horror: a visão era composta por sonhos de sangue. Pesadelos insuportáveis. Fantasmagorias contaminavam minha visão cáustica. Certo. Mais um dia, mais uma vez... Ele se aproxima, o gelo que exala em forma de vapor destrói minha sensibilidade. Certo. Avanço mais alguns passos sem motivação ou contundência. Expiração e inspiração ofegantes. A única luminosidade é a dos meus olhos que mapeiam aqueles becos imundos à medida do possível. Nada de encostar-se a essas paredes de lava seca em que borrifaram alguma mistura pastosa e grudenta. Os respingos gélidos do caminhar molhavam-me as pernas, então valia a pena correr. No final do corredor havia uma parede talhada com alguém preso. Foram poucos os degraus até chegar ao corpo... que era o meu?! Despertei...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Janela.


imagem obtida em http://orelhadoano.no.sapo.pt/janela.jpg

“Por trás do céu de veludo existem coisas. Por trás de fatos existem intenções. E sangue. E mais coisas.”

Era uma vez uma menina nebulosa que sempre dormia com a sua janela do quarto aberta. Um dia, monstros da noite resolveram adentrar e a levaram, de modo que ninguém jamais voltou a vê-la, uma pena.

Sempre fora uma boa menina, pena que não obedecia à mãe quando essa mandava fechar a janela e ligar o ventilador.

Moral da história:

Capaz de ter sido a mãe quem negociou com os monstros e os chamou através dos sonhos. Só para dar uma lição. Mas monstros são traiçoeiros. E sim, eles comem as crianças. Por que não obedecer aos pais?

domingo, 7 de setembro de 2008

Banquete

“There’s no present there’s no future

I don’t even know about the past

It’s all timeless and never ending

To take it in it’s all too vast”

Centre of eternity (Ozzy Osbourne)

Sobre a terra úmida de uma floresta, jazia uma jovem pálida, sem vestígios de sangue. O vento soprava violentamente por sobre a pele da face e pelo vestido escuro, ornamentado por fios de ouro. Ouvia-se o som de animais ao longe, e um uivar cada vez mais próximo... Mais e mais próximo...

Então irromperam olhares cruéis de dentro da cerração e, um a um avançavam em direção à jovem, correndo, saltando obstáculos, vorazes, sedentos.

Houve um curto instante de total silêncio, que foi quebrado por um grito agudo e pesaroso - grito de quem agoniza – que percorreu a vastidão eterna.

Pairava sobre a garota uma atmosfera fétida de hálito quente – presas lupinas a mostra.

Os olhos cerrados da jovem se abriram, como se a alma retornasse de um pesadelo. A alcatéia permaneceu vorazmente ameaçadora. A garota riu um riso agudo, sádico. Os animais, nesse ínterim, foram adquirindo aspecto humanóide e também riram...

...Até que sentiram os pés grudados ao chão, a voz em cada uma das mentes, o frio, o medo. Do outro lado a moça fitava cada um deles como se fosse tempo que a saciasse. Mas não era. Definitivamente.

Seguiu em frente, ao homem mais próximo. Levantou-se na ponta dos pés para alcançar o ombro; abraçou-o para desprover o nervosismo dele e, pouco depois, seus olhos ficaram iguais aos das cobras venenosas e ela enterrou os caninos – que ficaram enormes- em seu pescoço, sentindo o prazer à medida que o pulso dele caía. Isso foi se repetindo, até que ela terminou com todos e foi embora dali, na forma inicial, de garota. E seus lábios voluptuosos evidenciavam asensação de satisfação plena...


imagem

sábado, 6 de setembro de 2008

Modus Operandi

(...)

O romance neste relacionamento é algo que quase não existe, pois falta sonho, relaxamento e descontração.

Deve se preservar contra o orgulho excessivo, se quiser que esta relação decole.

http://www.dpwinfo.com.br/astro/capricornio.htm

Mulheres.O que seriam essas criaturas misteriosas? Segundo ele, demônios inconfiáveis. Seu olhar intenso, sua boca seca clamavam por algo... mas o que isso teria a ver?Passou a mão esquerda pelo topo da cabeça sentindo a pele lisa por completo.O corpo exalava o que a mente pensava... a sensação era forte, sutil e sublime...O corpo pedia, chegava a doer.

Levantou da cama e se vestiu – sempre havia aquela vestimenta jogada“do ontem” irrecordável. Seu hálito ainda era alcoolico, sua pele pingava suor. Melhor tomar um banho e manter o controle. Fê-lo, mas, ainda assim, não parecia gente.

A vida é uma constante tríade, costumava pensar antes de desprezar a tudo. Uma dessas tríades é a teoria dos três efes: fresno, foda e fome* , e, absolutamente, ela sustentava algumas de suas convictas idéias.

***

O olhar era fixo no próprio olhar refletido. Espelho, fascinio, de fato. Cada piscada era um lampejo. Sentia-se incompleta... os seios rijos... ansiava por algo.

Era a vontade.Vontade?Ela sentia vontade de rir de seus raciocinios patéticos. Umideceu os lábios com a língua e, mais uma vez tocou e girou a esfera de metal entre o lábio inferior e o queixo.

Voltou ao quarto, de toalha, ouvia-se um death metal tenebroso e avassalador. Fitava o mundo sem percebê-lo, contudo. Hilário: a carne, a fraqueza e a mentira..aspectos que compõem a nós e o demais e que compreede o mundo conhecido e desconhecido.

O que viria a ser confiança?!

Cada passo era um alarde. Cada peça de roupa era um alarde, e, sair de casa, foi um total incêndio.

***

Os desconhecidos se encontraram após um longo tempo sem contato. Em um primeiro momento se fitaram com frieza. Em seguida já vieram os aspectos humanos. Comprimentos, sempre eles...mas a única coisa palatável, que ambos eram capazes de sentir, era dor, uma dor enlouquecedora.

O olhar dele era tentador, era um olhar que ela era capaz de desmistificar. Sim..aquilo, o que queria dizer. Brilhava e mirava certeiro, como dois raios. Ele sentia o calor dela, embora não estivessem assim, tão próximos.

Ela queria entendê-lo. Ele queria entendê-la.

Entraram no carro como dois estranhos, mas, a certa altura, quando entraram no apartamento, era como se conhececem de longa data, de forma tão íntima que dispensava palavras.

(A dor persistia em ambos, impassível, incurável, impossível de ser descrita.)

Foram para o quarto, um lugar escuro, imundo e que recordava a primeira vez. Um banheiro que era pura imundice e deterioração. Em pleno show usurfluiram de si mesmos, do auge tão precoce e unilateral perdurara a dívida, e ela seria paga...certamente seria.

Houveram as preliminares, claro, início da saciedade embalada por um death nervoso. O por vir seria fantástico e surrealesco.

Depois de um tempo, ele começaria a passar a ponta da língua bem de leve, do seu pescoço até a parte mais baixa das suas costas... fazendo isso o mais lentamente, possível, para que fosse sentindo cada parte do corpo mutuamente.Depois de um tempo, ele viria a mudar, para as pernas, beijando, e dando leves mordidas até chegar aos pés dela, primeiro em uma perna, logo após na outra;lhe pediria para se virar, massagearia seus pés... e começaria a subir, com a ponta da língua e pura com leveza, até chegar a virilha, porém não passando dessa parte, pois logo após viria a passar para seu o ventre. Logo voltaria a beijá-la, e deslizar a ponta da língua, subindo devagar até aos seus seios, e os sugar cada um, como se o tempo tivesse parado, sem pressa; subiria ao pescoço, e, por fim, lhe beijaria a boca com uma fome dilaceradora.

Entretanto, repetiu todo o processo duas vezes seguido, uma com a garota vendada outra com plena percepção do que era feito. O objetivo da venda era evidenciar a sutilezas do toque, ao passo que a ausência dela era a representação da vontade, bruta e lasciva. O olhar dele era uma espécie de raio cor-de-oliva, que expressava as suas intenções e refletiam as dela.

Seria mesmo o reflexo do que ela desejava?

Chupava-a toda, deliciado, enquanto contemplava o erigimento da montanha de prazer dela. O vulcão que entraria em erupção tão logo?!Olhava para ela como coisa, como um objeto, que uma vez possuído, estaria, enfim, possuído.

O olhar dela era misterioso, aqueles olhos escuros cintilavam um algo em código incompreensível. Quanto a ele, queria mais que saciá-la, queria subjugar sua alma... Seria possível?Perguntas não seriam feitas, os quebra-cabeças seriam ajustados de modo a imaginar as peças que faltam...

A vez dela. Sorriu, mordeu-lhe a orelha e a seccionou enquanto acariciava. Para ele era como se tivesse encontrado a morte, o frenesi era terrível, a pressão insustentável, tamanha fome. Em meio aos beijos ela mordeu a língua do amante, para, não muito depois, sentir a sua fúria. Esbofeteou-a, e, dessa forma, sentiu profundo prazer no ato. Ela sangrou, sentiu muita dor, mas sentiria mais. Gritou muito, mas ele ria.

Por fim, tentou esquivar sorrateiramente, mas, como garota, sabia previamente da supremacia do dominador.

Foi por isso que seus olhos se tornaram duas esferas opacas e exibiu suas presas. Era um monstro. Seus músculos passaram da leveza de uma pena ao peso de uma barra de aço. O objetivo era esfarelar aquela criatura torpe que a violentara covardemente.

Por sua vez, o homem imobilizou o corpo com base na influência da alma, querendo ou não, ela ainda não regressara por completo. Os segundos passavam como a diluição de vinho em água. Ela estava domada.

Mas quem disse que meninas não podem ser cruéis?

A garota aproveitou a proximidade e enterrou os caninos na aorta do seu possuidor-adversário. Sentia o prazer, do liquido jorrando para dentro de si, da vida de outrem de extinguindo sutilmente. A troca de memórias, flashes, pensamentos. Presente, passado e o que há de vir se mesclavam naturalmente. Fluía...

Este é o real prazer, o superior modus operandi.

Largou o corpo, penteou-se e tornou a se vestir. Já era tarde, a noite definhava, cedendo lugar aos aspectos da manhã. Observou o arrebol lindo por um instante, abandonou o corpo desmaiado e foi embora.

Lei da sobrevivência; Cada um por si. Sempre, sempre.

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Dor.veêmencia.mútuo.paralisia.Violência.Sangue.

*Teoria do Professor valadares que dá origem a um filme chamado “3 efes”.(Brasil, 2007,direção Carlos Gerbase)Esses tais efes são uma generalização das necessidades individuais da humanidade; são 3 tipos de fome.